segunda-feira, 27 de junho de 2016

FOTOJORNALISMO Bert Hardy





Por Alexandre Belém
A revista britânica Picture Post sempre apresentou célebres fotojornalistas e grandes reportagens. Conhecida como a LIFE inglesa, a publicação teve em Bert Hardy (1913-1995) um dos seus fotógrafos mais conhecidos.
Entre 1941 e 1957, Hardy cobriu de tudo. Moda, celebridades, vida cotidiana e conflitos pelo mundo. Porém, foi em solo britânico que fez uma de suas reportagens mais importantes: a destruição de Londres pelos bombardeios sistemáticos da força aérea alemã, as aterradoras blitz.
Hardy foi chefe dos fotógrafos da Picture Post e, assim como o francês Henri Cartier-Bresson, era usuário da câmera Leica de 35mm, pouco empregada pelos fotógrafos de imprensa no Reino Unido naquela época.
Este post também é ilustrado por fotos coloridas realizadas por Hardy em Paris no ano de 1954 e nunca publicadas.

Fonte: Veja

Mais de 14 mil estabelecimentos fecharam no início de 2016

Por Vitor Addala, da Agência Brasil

Cerca de 14,3 mil estabelecimentos do setor de supermercados, alimentos e bebidas fecharam as portas de janeiro a abril deste ano. Segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira (27) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número é quase seis vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 2,4 mil estabelecimentos encerraram suas atividades.
O estudo da CNC mostra que, com o fechamento dos mais de 14 mil estabelecimentos de varejo alimentício, foram encerradas 29,7 mil vagas de empregos formais.
O setor responde por 30,3% do faturamento anual do varejo brasileiro e é responsável por 30,6% da força de trabalho no setor. Nos quatro primeiros meses de 2016, o segmento teve o pior resultado nas vendas, desde 2003, com queda de 3,2%.
Para a CNC, a demanda dos consumidores já vinha caindo devido à recessão econômica. A alta de preços contribuiu ainda mais para o recuo das vendas.
Fonte: Uol

Futura psicóloga Loid Rocha é pré-candidata a vereadora pelo PHS

Pré-candidata Loid Rocha, seu esposo pastor Samuel Sanches e os filhos Adiel (de gravata) e Ariel

Por Jesiel Jeronimo, Jornalista

Loid Rocha Sanches, natural de Terra Roxa, nasceu em 29 de agosto de 1970, 45 anos, saiu de sua terra natal aos 03 anos de idade com os pais Ozias Rocha e mãe Ernestina da Silva Rocha para Campo Mourão, Peabiru, Jardim Alegre e posteriormente para Curitiba em 1994. Casada com o pastor Samuel Sanches é mãe de dois filhos: Adiel e Ariel Sanches. Mora em Colombo desde 2008, mas convive no município há 10 anos. É cantora com CD’s gravados a partir de 2002, já viajou o país louvando a Deus e também ministrando Sua Palavra. Loid Rocha é pré-candidata a vereadora pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS).

Pedagoga por formação atualmente estuda psicologia a fim de exercer a profissão no desenvolvimento de políticas públicas. O curso na faculdade já está servindo de base para a elaboração de projetos na política, algo que surgiu em sua vida recentemente, após convite da comissão política do Projeto Cidadania Vencer, iniciativa da Igreja Assembleia de Deus-Ministério de Colombo.

Loid Rocha em Culto de Celebração a Deus na Vila Liberdade
Ao lado do esposo, pastor Samuel Sanches, Loid Rocha vivencia o pastoreio de igreja. Em 2008 o casal recebeu a missão de liderar a igreja Assembleia de Deus no bairro Itajacuru e por lá ficaram até 2012. Na sequência foram pastorear a congregação na Vila Liberdade. Há 04 anos nessa localidade, estão vendo a transformação de muitas famílias nas questões espirituais e notam a necessidade de políticas públicas para o desenvolvimento social das pessoas. 

Vida profissional - Antes de viverem exclusivamente o serviço religioso, Loid Rocha trabalhou na área de vendas em diversos ramos como cosméticos, supermercados e outros. Também trabalhou como costureira. O trato com o público é de muito tempo, sabe a importância que é ouvir as pessoas para oferecer soluções que melhor atenda suas necessidades.

Adolescência e juventude - Dos 03 aos 18 anos morou em Campo Mourão. Nesta cidade congregou na Assembleia de Deus pastoreada pelo pastor José Anunciação dos Santos, homem de Deus que orientou a família de Loid Rocha a trilhar os caminhos do Senhor com muita sabedoria. Esse período deu base para Loid Rocha seguir seu ministério de adoração sempre servindo a igreja cantando hinos de louvores a Deus. Na trajetória musical gravou 04 CD’S: “ Encontro” (2000); “Ainda tem Jeito” (2002); “Movendo o Coração de Deus” (2004); e “Sem Limites” (2012).

Em 1991, aos 21 anos, casou-se com Samuel Sanches na cidade de Peabiru,  e seguiram de mudança para a cidade de Jardim Alegre. O casal sempre participou dos trabalhos da igreja paralelamente ao desempenho de suas funções profissionais. Samuel Sanches é profissional do ramo farmacêutico. Por muitos anos foi gerente de grandes farmácias.

Tenda do Louvor - Em Curitiba residiram no bairro Fazendinha de 1994 a 2008. Nesse período estiveram ao lado dos pastores Edilson e Dirce Siqueira, dirigentes da igreja, servindo na Assembleia de Deus, mais conhecida como Tenda do Louvor (tenda fixada em estrutura metálica e de concreto). Ali desempenharam diversos ministérios eclesiásticos. De 2006 a 2008 Loid Rocha e família passaram a congregar em Colombo, cidade em que o pastor Edilson Siqueira assumiu a presidência da igreja.

Há mais de 10 anos em Colombo, Loid Rocha conhece a cidade e está à disposição do Projeto Cidadania Vencer, projeto político de iniciativa da denominação em parceria ao PHS. No pastoreio à igreja, na Vila Liberdade, também realiza cultos familiares (Lar Missionário), momento de comunhão e evangelização em reuniões informais conhecidas como células nas casas.

Reunião do Lar Missionário na Vila Liberdade. Células nas casas. 
Visão política - Se confirmada sua candidatura, Loid Rocha irá apresentar projetos para a sociedade demonstrando suas intenções de melhorias. Entre os projetos está a necessidade do profissional de psicologia nas escolas do município para atender professores e alunos, o que irá resolver inúmeros conflitos no ambiente escolar e também auxiliará no ambiente familiar.


Este é um dos projetos que Loid Rocha tem para Colombo. Sua experiência de vida ainda trás outros projetos para evitar o abuso infantil e abuso de mulheres. Também prioriza a humanização das repartições públicas e o empoderamento das mulheres.  Na área social vê a necessidade de capacitação das famílias de baixa renda com o objetivo de gerar futuro promissor para as pessoas na conquista de melhores profissões e trabalhos. Suas bandeiras de lutas visam a melhoria do serviço público e bem-estar das famílias colombenses.

Escritório de Seul cria área de recreação dobrável

Undefined Playground cria uma solução para cidades com muitas pessoas e poucas áreas de lazer disponíveis. Possibilita espaços para esporte e descanso



Fechado ou aberto, o Undefined Playground disponibiliza área para jogar basquete. Foto: Divulgação B.U.S. Architecture
Pensando na quantidade de pessoas das grandes cidades e na falta de áreas livres para lazer, o escritório sul-coreano B.U.S. Architecture, de Seul, criou o Undefined Playground, uma instalação esportiva que se dobra e dá origem a espaços para várias atividades diferentes.
Quando fechada, a estrutura tem uma área de quase 15 m² e mais de 3 metros de altura. Oferece uma miniquadra de basquete, com cestas, espaço para jogarsquash, um pequeno gol para futebol, uma parede cheia de alvos e uma área paralanches. Ainda nessa disposição, o Undefined Playground tem uma parte interna que pode servir de depósito ou cabine de venda de entradas para eventos pagos.Aberta, ganha mais um gol e um abrigo contra chuva.
Conheça melhor o Undefined Playground:
Fechado, o Undefined Playground dispõe de um gol de futebol. Foto: Divulgação B.U.S. Architecture
Também tem uma parede cheia de alvos. Foto: Divulgação B.U.S. Architecture

Quando a estrutura está aberta, disponibiliza mais uma área de descanso. Foto: Divulgação B.U.S. Architecture
Um segundo gol de futebol aparece quando o Undefined Playground está aberto. Foto: Divulgação B.U.S. Architecture
Fonte: Gazeta do Povo

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Sobrevivente gay de Orlando: Mudarei minha vida e voltarei para a Igreja




MIAMI, 21 Jun. 16 / 05:00 pm (ACI).- “Já não vou fazer mais isto, eu mudarei completamente a minha vida. Voltarei para a igreja outra vez”, disse ao seu pai o porto-riquenho Ángel Colón, um dos sobreviventes do massacre de Orlando (Estados Unidos), onde um militante do Estado Islâmico assassinou 50 pessoas em uma boate gay.
Foi o que assegurou o pai de Ángel Colón, em declarações à rede Univisión. “Antes, ele cantava muito na igreja e depois saiu”, recordou e destacou que o jovem “notou que Deus o livrou e lhe deu outra oportunidade”. Toda a família dele é cristã.
Na madrugada do domingo, 12 de junho, Omar Mateen, de origem afegã, ingressou com uma arma semiautomática Sig Sauer MCX à casa noturna Pulse, em Orlando, Flórida (Estados Unidos), e assassinou 50 pessoas. Outras cinquenta ficaram feridas.
Em uma ligação telefônica ao 911 enquanto cometia o crime, Mateen assegurou sua fidelidade ao Estado Islâmico.
Ángel Colón sofreu seis ferimentos de bala. Atualmente está hospitalizado no Orlando Regional Medical Center.
Em declarações à imprensa, Ángel recordou que com seus amigos “estávamos muito bem” na boate, quando “pouco depois das 2 horas” escutamos os tiros.
“Começamos a correr e, infelizmente, atiraram aproximadamente três vezes na minha perna e caí”, recordou.
Ao tentar se levantar, a multidão que corria por todos lados o atropelou e ficou novamente no chão.
O terrorista, recordou Ángel, atirava “em todos os que já estavam mortos no chão, assegurando-se de que estivessem mortos”. Ao ver que Mateen disparava em uma jovem que estava ao seu lado, pensou “serei o próximo, eu vou morrer”.
“Eu não sei, mas pela glória de Deus, ele disparou na minha cabeça mas acertou na minha mão e depois disparou novamente e acertou no lado do meu quadril”, disse.
Em seguida, o terrorista trocou tiros com a polícia, que finalmente o matou. Ángel foi resgatado por um policial, que o levou para o lado de fora da boate.
O pai de Ángel assinalou que o jovem “está bem de saúde, está se recuperando mais a cada dia, os médicos estão fazendo um excelente trabalho”.
Seu filho, assinalou, “acreditava que morreria”, por isso “rezou a Deus. Disse ‘Senhor não deixe que eu morra nesse momento, nesta condição’”.
“Deus fez um grande milagre, eu sei que foram as orações que sempre fazemos pelos nossos filhos”, assegurou o pai de Ángel.

Fonte: acidigital

Paraná terá oito novos shoppings; saiba onde eles vão ficar

Os estabelecimentos, de diferentes tamanhos e propostas, serão lançados em seis cidades do estado

Fachada provisória do Jockey Plaza, em Curitiba: grupo Tacla vai inaugurar três shoppings nos próximos anos. Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo


Nos próximos dois anos, oito shoppings centers serão inaugurados ou começarão a ser construídos no Paraná, de acordo com informações do Sindishopping, que representa os lojistas de Curitiba. Ainda que o cenário econômico desfavorável tenha atrasado alguns empreendimentos, os empresários mantêm os projetos em diversas cidades do estado.
Dos oitos shoppings previstos, três são do Grupo Tacla: Jockey Plaza Shopping Center (Curitiba), Palladium Umuarama (Umuarama) e o City Center Outlet (Campo Largo). Os outros cinco são: Estação Mall (Paranaguá), Shopping Cidade dos Lagos (Guarapuava), Shopping Atuba e ParkShopping Boulevard (Curitiba) e Shopping Catuaí (Cascavel).
Saiba mais sobre os empreendimentos:

Jockey Plaza Center – Curitiba

Foi projetado para ser o maior shopping de Curitiba. As obras começaram em outubro de 2015 e devem terminar em outubro de 2017. O empreendimento no bairro Tarumã terá 217 mil metros quadrados de área construída e vai abrigar 420 lojas. O shopping já assinou contrato com lojas como Renner, C&A, Riachuelo, Kalunga, Livrarias Curitiba e Expert Beauty.

Shopping Atuba – Curitiba

O empreendimento, que teve sua construção adiada, mas não cancelada, está aguardando a liberação dos projetos junto à prefeitura e demais órgãos competentes. O Shopping Atuba será construído na Avenida Mascarenhas de Moraes, entre o Terminal do Santa Cândida e o trevo do Atuba. O novo empreendimento terá 175 lojas, salas de cinema e centro médico com espaço para 28 consultórios. A direção do shopping não informou a previsão do início das obras.

ParkShopping Boulevard – Curitiba

O shopping que deve começar a ser construído no ano que vem terá cerca de 80 mil metros quadrados de área construída, quase 400 lojas e cerca de 2 mil vagas de estacionamento. O projeto conta ainda com a previsão de seis restaurantes, dez cinemas e um parque infantil. O empreendimento será construído no bairro Xaxim, entre a Linha Verde e a Avenida Brasília.

City Center Outlet – Campo Largo

O empreendimento na Região Metropolitana de Curitiba será um misto de outlet e shopping center. Serão, ao todo, 241 lojas e quatro salas de cinema. A prefeitura já liberou o alvará de construção, mas ainda não há informação sobre o início das obras. Com 74,6 mil metros quadrados de área construída e quase 2,7 mil vagas de estacionamento, o empreendimento será instalado na região do Itaqui, às margens da BR-277, no sentido interior do estado. Das 241 lojas, 73 serão do outlet – espaço em que marcas famosas vendem produtos por preços mais acessíveis – e 168, do shopping.

Palladium Umuarama – Umuarama

O primeiro shopping de Umuarama, Noroeste do Paraná, já tem cerca de 25% das obras concluídas e a previsão de inauguração é abril de 2018. O empreendimento seguirá a mesmas linhas dos outros shoppings que levam o nome Palladium. Serão 113 lojas satélites, um hipermercado, cinco lojas âncoras, cinco megalojas, quatro salas de cinema, uma loja de lazer e mais de 1,5 mil vagas de estacionamento.

Estação Mall – Paranaguá

O primeiro shopping a céu aberto de Paranaguá, no litoral do Paraná, teve sua inauguração atrasada em pelo menos seis meses, mas deve ser inaugurado em julho deste ano. O shopping, localizado no centro da cidade, terá capacidade para até 80 lojas e deve inaugurar com 70% desta capacidade.

Shopping Cidade dos Lagos – Guarapuava

O shopping da cidade de Guarapuava terá 40 mil metros quadrados e a previsão de inauguração da primeira etapa, com a abertura de um hipermercado, é para setembro deste ano. A inauguração do shopping completo está prevista para o primeiro semestre de 2017. Além do hipermercado, o shopping terá cinco âncoras, doze megalojas, 95 lojas satélite, praça de alimentação, alameda de serviços, quatro salas de cinema multiplex, parque de diversões e mais de 1,2 mil vagas de estacionamento.

Catuaí Cascavel – Cascavel

Após um ano com as obras paradas em razão de um imbróglio jurídico envolvendo questões ambientais, o Catuaí Shopping Cascavel, no Oeste do Paraná, acaba de reverter o embargo na Justiça. Com investimento estimado em R$ 210 milhões, o shopping é o maior empreendimento imobiliário de Cascavel. O projeto prevê 199 lojas, cinco salas de cinema e quase 1,6 mil vagas de estacionamento.
Fonte: Gazeta do Povo

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Ex-vendedor de jornal, aluno de medicina é campeão de biblioteca

(...) Depoimento a
MARCELO TOLEDO
DE RIBEIRÃO PRETO


RESUMO Fernando Henrique Dias Morais, 23, foi premiado pela Famerp, de São José do Rio Preto, por ser campeão em retirada de livros da biblioteca: 126 no ano passado inteiro. De família carente, vendia jornais em semáforos para pagar o cursinho, despreza a internet nos estudos e está no segundo ano de medicina.



MINHA HISTÓRIA:


Desde os primeiros anos na escola eu já tinha muito interesse por livros. Quando cheguei ao cursinho isso só aumentou, pois incluí as leituras obrigatórias do vestibular, além do que já fazia no meu dia a dia.

Na época do cursinho, trabalhava vendendo jornal nos semáforos e, no intervalo das vendas, quando o sinal estava aberto para os carros, eu aproveitava para ler o jornal e me atualizar.

Sempre aproveitei esse meio tempo para ler. Aliás, qualquer tempo eu aproveito. Lia durante o dia e lia no caminho para o cursinho, além de ler muito em casa.
Hoje, na faculdade, faço um percurso de uma hora de ônibus e tenho duas horas para ler, contando a volta para casa. Nada me atrapalha, nem conversas paralelas ou lombadas nas ruas. Aproveito para ler tanto para algum trabalho exigido pelos professores ou assunto do meu interesse na área da saúde.

Na biblioteca da Famerp [Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, instituição pública mantida pelo governo de São Paulo] praticamente só há livros técnicos ou revistas de saúde. Busco nas revistas matérias sobre hematologia e oncologia e, às vezes, retiro um livro apenas para consultar dois ou três capítulos para um trabalho específico ou uma prova. Mas muitos eu pego e leio inteiro.
Sempre preferi os livros, não consigo ler algo no computador, numa tela. Tenho necessidade de pegar o livro e folhear as páginas, descobrir o encadeamento das ações. Fora a confiabilidade, pois é bem complicado achar algo confiável na internet.

DOMÉSTICA E PORTEIRO
Mas o caminho até aqui foi complicado. De família com dificuldades, no ensino médio eu nem pensava em faculdade. Estudei em escola pública a vida toda e, para gente na minha situação, o objetivo era no máximo acabar o ensino médio, pegar o diploma e procurar algum serviço. Não tinha o pensamento de prosseguir com os estudos.

Vendendo jornais eu ganhava um fixo mais bonificação, dava uns R$ 630 por mês. Era no limite para estudar, porque fazia cursinho à noite, que era mais barato, e pagava R$ 400. O que sobrava eu ajudava minha mãe a pagar as contas de casa.

Minha mãe era empregada doméstica, mas engravidou da minha irmãzinha e o patrão não quis aceitar que ela voltasse, demitindo-a depois de sete anos. Meu padrasto era porteiro e foi demitido com a crise no país. Agora, para se manterem, minha mãe faz pães em casa e ele sai para vender.

Só fui pensar em vestibular no dia em que uma equipe da Unesp passou na sala de aula para falar disso. Nem sabia que existia a Famerp em Rio Preto. Foi a partir daí que surgiu o interesse, mas não sabia o que queria fazer. Prestar medicina era algo impossível, nem olhava para o curso. Parecia uma coisa tão distante, pensava que jamais daria.

Comecei a prestar exatas e também cheguei a cursar um ano de engenharia mecatrônica na USP de São Carlos, mas parei, porque não era o que eu queria.
O cenário, que já era apertado, piorou ao voltar para casa. Estava sem saber o que prestar e sem o emprego que tinha antes nos semáforos. Mas tive uma oportunidade de ouro. A diretora do cursinho sabia da minha situação econômica e me deu uma bolsa de estudos. A mensalidade era de R$ 600, era impossível para eu pagar.

NOME NA LISTA
Quando passei no vestibular, logo na primeira vez que tentei, não acreditei. Na verdade, só fui acreditar quando estava na sala de aula e a professora chamou meu nome na lista. É impossível, está errado, vão me tirar daqui, eu pensava. Só depois disso comemorei que passei. Até cair a ficha é demorado, inacreditável, chega a ser impossível.

As condições continuam difíceis, principalmente por causa da situação familiar, mas estou em busca de um sonho. Consegui na Famerp uma bolsa permanência de R$ 100 e deram passe livre para eu me alimentar no refeitório do Hospital de Base, o que me ajuda muito. A leitura me ajudou a chegar até aqui, e pode me ajudar muito ainda. O prêmio que recebi foi consequência.

Não tenho muita noção da área que vou seguir, mas gosto bastante da clínica médica, de tratar o paciente olho no olho. A medicina tem de ter cuidado com o paciente, cuidar da pessoa, salvar vidas. A melhor forma de fazer isso é tendo contato maior com o paciente. 

Fonte: Folha de São Paulo