quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Entenda o estudo da Fundação Dom Cabral que vai balizar a gestão Ratinho Junior

Por Gazeta do Povo
Euclides Lucas Garcia  [04/12/2018]  [18h30]

Pedido do governador eleito à instituição foi por uma máquina pública menor e mais eficiente. Entidade vai apresentar mais de uma possibilidade de reforma administrativa ao político do PSD

Faltando apenas 27 dias para Ratinho Junior tomar posse como governador do Paraná, a maior parte do primeiro escalão estadual segue indefinida. Das atuais 26 secretarias de Estado – incluindo as especiais e as estruturas com status de secretaria −, foram anunciados somente seis nomes para chefiá-las até agora. Um dos motivos é porque o político do PSD ainda aguarda a conclusão de um estudo contratado da Fundação Dom Cabral que vai redesenhar a máquina pública paranaense.

Com mais de 40 anos, a Dom Cabral é uma escola de negócios que capacita executivos, empresários e gestores públicos. A exemplo do estudo que vem sendo preparado para o governo do Paraná, a fundação já realizou trabalhos semelhantes para diversos outros estados e municípios pelo país.

Segundo Fabio Cammarota, professor de Gestão Pública e Organização do Estado da instituição, Ratinho receberá em mãos alguns desenhos da nova estrutura administrativa que o estado poderá ter – hoje são 175,2 mil cargos públicos ocupados e um orçamento de R$ 57,4 bilhões. O objetivo da Dom Cabral é apresentar possibilidades para atender o pedido feito pelo governador eleito: uma máquina pública menor e mais eficiente. “Mas a definição cabe a ele. Elencamos um rol de possibilidades, e o governador, que é o agente político eleito, faz suas escolhas.”

Que pedido o governador eleito Ratinho Junior fez à Dom Cabral?
Ele nos pediu um estudo de customização para tornar a casa mais enxuta, porém mais eficiente em sua governança.

E como está funcionando esse estudo na prática?
Trabalhamos com cenários. Estudamos cada setor do estado com base em entrevistas e estudos técnicos. Para cada grande tema, tentamos levantar uma modelagem alternativa. Trata-se de uma reforma administrativa, uma avaliação da arquitetura organizacional de cada área. Avaliamos competências, alcances, atribuições de cada setor, a ponto de identificar áreas de atuação sombreadas, às vezes omissas, até ir encontrando um cenário objetivo para isso.

Como são essas entrevistas e estudos técnicos? São com o atual ou com o futuro governo?
Estamos intensamente em comunicação com o governo atual e também com o gabinete de transição, com os agentes nomeados pelo Ratinho. Estamos visitando os órgãos e entidades estatais, com uma agenda formal articulada, e também ouvindo agentes técnicos que nos fornecem informações muito importantes para balizarmos os desenhos que apresentaremos ao governador eleito.

Estudamos cada setor do estado com base em entrevistas e estudos técnicos. Para cada grande tema, tentamos levantar uma modelagem alternativa. Trata-se de uma reforma administrativa, uma avaliação da arquitetura organizacional de cada área

Quem são essas pessoas entrevistadas?
Aqui é importante frisar que não estamos entrevistando agentes políticos nem técnicos de forma inapropriada ou incabível, sem a devida convocação. Entrevistamos pessoas proeminentes de cada área – secretários de Estado, superintendentes − a fim de encontrar racionalidade na máquina, dentro das particularidades do estado.


O orçamento de cada área entra nessa avaliação?
Não, a questão orçamentária não nos cabe neste momento.

Já é possível adiantar alguma das sugestões que serão apresentadas ao governador eleito?
Ele já tem alguns desenhos, mas não estão todos acabados. De todo modo, a definição cabe única e exclusivamente ao governador do estado. É o governador quem define o time dele, dentro das particularidades que julgar importantes. A Dom Cabral se baseia em critérios técnicos e, a partir daí, estabelece cenários de possibilidade para o governador. Não há da nossa parte uma determinação técnica para que nossas sugestões sejam acatadas. Elencamos um rol de possibilidades, e o governador, que é o agente político eleito, faz suas escolhas.

É possível traçar um paralelo de outros estudos que a Dom Cabral já fez para projetar o modelo a ser adotado no Paraná?
Essa não é uma questão trivial. Esse tipo de estudo passa necessariamente pelas particularidades de cada estado, pela história, governança, maneira de agir. Por isso, prefiro não fazer esse tipo de comparação.




Nenhum comentário:

Postar um comentário